quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Possibilidades de Ações no combate ao Aquecimento Global.

“Gestão ambiental é o processo de articulação das ações dos diferentes agentes sociais que interagem em um dado espaço com vistas a garantir a adequação dos meios de exploração dos recursos ambientais – naturais, econômicos e sócio-culturais.” (Almeida, 2005, pág. 01)

James Lovelock (2006, pág.12, 13) informa que nossos problemas são globais, “apresentando como a maioria sendo decorrente dos efeitos da revolução industrial, em particular o consumo de combustíveis fosseis e produtos químicos, a agricultura e o espaço vital.” O que acontece em certo lugar logo afetará em outros lugares. Se quisermos alcançar uma sociedade humana em harmonia com a natureza, devemos nos guiar por um respeito maior por ela. Sugere como poderíamos começar a enfrentar a questão. Tendo como primeiro requisito reconhecer a existência do problema. Segundo é entendê-lo e extrair as conclusões certas. O terceiro é tomar alguma providência. Ele assegura que atualmente estamos em algum ponto entre os estágios um e dois.
O mesmo afirma a importância de se estar pensando no desenvolvimento sustentável, onde representa o esforço constante em equilibrar e integrar os três pilares do bem-estar social, prosperidade econômica e proteção ambiental em beneficio das gerações atuais e futuras.
A mudança climática nos faz pensar em mudar o atual modelo de crescimento social, econômico e tecnológico por outro que possa reduzir as emissões dos gases de efeito estufa e nos prepare para futuros climas.
A redução das emissões dos gases de efeito estufa entre 60% a 80% exige altos investimentos, como criação e implantação de novas políticas.


Kirstin Dow e Thomas E. Downing (2007, pág. 88) afirma que “todos podem ajudar a frear as mudanças climáticas, e há muitas maneiras de fazê-lo.” Do cálculo dos marcos de carbono para avaliar o total das nossas emissões de gás carbônico às atitudes que se podem tomar para reduzir as emissões, é necessário ter mais consciência do uso que se faz dos recursos.
Devemos entender o nosso papel nessas mudanças e refletir sobre nossos hábitos de consumo e produção, procurar energias e fontes alternativas, trazer conhecimento sobre os problemas, valorizando o ponto de vista da sustentabilidade, integrando um processo educativo com a tríplice perspectiva: CONHECER, SENTIR e FAZER, isso será capaz de contribuir a médio e longo prazo no clima terrestre.

“Temos tudo que é necessário para começar a resolver à crise climática, menos, talvez, a vontade política.” Al Gore (2006, pág. 278).

Ricardo Marin (1996, pág. 32) informa a importância e a necessidade da mudança individual na resolução da problemática ambiental, explicando que “na atualidade existe certa tendência a nos eximir de nossa responsabilidade ou esperar que os outros resolvam esses problemas”.

Alejandro Gaona Pérez (2009, pág. 34), alega que:
“Devemos promover a educação, para que se tenha um pensamento sistêmico, global, de que as coisas não ocorrem de forma isolada, nem se devem a uma só causa. Uma educação que contribua a tomar consciência da complexidade da questão ambiental não apenas em sua origem, mas em sua resolução. Educação esta que leve o nosso pensamento e ação a pensar globalmente e agir localmente”.


Kirstin Dow e Thomas E. Downing assegura algumas medidas que possam ser realizadas para mitigar e adaptar a situação do aquecimento global:

  • A Ação Internacional: A maioria dos países reconheceu o problema das mudanças climáticas ao assinar a convenção sobre mudanças climáticas.
  • O Cumprimento das Metas de Kyoto: Muitos países estão cumprindo os compromissos assumidos em Kyoto, mas para isso, precisarão atingir as metas, para estabilizar as emissões de gases de efeito estufa em níveis de segurança.
  • Mercado de Carbono: Comprar e vender créditos de carbono é uma forma de dividir o ônus da redução das emissões em âmbitos global. Pois visa incentivar investimentos em eficiência energética, energia renovável e outras formas de reduzir emissões.
  • Financiamento das Ações: As verbas atuais precisam ser eficientes para preparar os países para as mudanças climáticas.
  • Compromisso Local: A aprovação de políticas públicas no tema de mudança climática por parte de governos locais é fundamental para o enfrentamento do maior problema ambiental, que atinge a humanidade e para o cumprimento dos tratados internacionais sobre mudanças climáticas. Em muitas cidades, autoridades locais e regionais estão adotando política de redução de emissões mais agressivas que os governos federais.
  • Gás Carbônico e Crescimento Econômico: Investir em tecnologia e engenharia eficientes de combates as alterações climáticas, para contribuir na redução das emissões dos gases de efeito estufa (GEE), em níveis seguros. É possível crescer economicamente com emissões mais baixas de gases de efeito estufa.
  • Energia Renovável: A energia renovável é a solução tecnológica para as sociedades econômicas e socialmente sustentáveis. O seu uso reduz as emissões dos gases de efeito estufa sem interromper o crescimento.

  • Adaptação às Mudanças: A capacidade de adaptarem-se as instabilidades e aos extremos climáticos dependerá das riquezas dos recursos e do governo de cada país. O ideal seria a criação e a manutenção de uma infra-estrutura eficiente de saúde pública para enfrentar as mudanças climáticas, tendo como benefícios sociais e econômicos, evitando os desastres ambientais. Anteciparem-se as mudanças acaba saindo mais barato no longo prazo.
  • Ações Pessoais: Mudança a novos hábitos de estilo de vida, ajudará na redução a emissão de gases.
  • Ações Públicas: As políticas, as práticas e os investimentos de governo, empresas e organizações cívicas, terão que mudar o atual modelo de crescimento social, econômico e tecnológico por outro, que reduza as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e nos prepare para futuros climas.
  “O que podemos fazer para diminuir o processo acelerado do aquecimento global é diminuir o desmatamento, aumentar fortemente o reflorestamento, combater o uso de aerossóis, diminuírem a produção industrial e diminuir a liberação de dióxido de carbono na atmosfera.” Gabriela Cabral.

Oliveira (2009, pág. 285) alega um grande fato, de “que especialistas admitem não ter dados sobre os custos e a efetividade das medidas de adaptação e mitigação dos impactos das mudanças climáticas”, mas lembra que a capacidade de adaptação e de redução dos efeitos das mudanças do clima depende das “condições socioeconômicas e ambientais das nações, bem como da oferta de informação e de tecnologia”.


O mesmo informa outras situações agravantes, relacionada ao aquecimento global, entre as quais se destacam:
·        Fenômenos climáticos perigosos (furacões, tornados e ciclones mais intensos);
·        Pobreza;
·        Acesso desigual aos recursos naturais;
·        Conflitos de ordem econômica, política ou étnica;
·        Incidência de doenças;

A sociedade como um todo necessita se adaptar a mudanças e reduzir vulnerabilidades diante de impactos e fenômenos atmosféricos e climáticos, tais como secas e tempestades.
O IPCC aponta que no caso das mudanças climáticas, são necessárias medidas de adaptação adicionais nos níveis regional e local. Outro detalhe importante é que não há como prever se a adaptação, por si só, poderá fazer frente aos efeitos das mudanças climáticas projetadas para longo prazo.
Levando em conta a capacidade de adaptação de uma sociedade que está intimamente ligada ao seu desenvolvimento social e econômico, mas não se distribui por igual entre as sociedades. Mesmo as sociedades com alta capacidade de adaptação são vulneráveis às mudanças do clima, à variabilidade e aos eventos climáticos extremos. 
Oliveira (2009, pág. 286) Informa que a “adaptação e a mitigação não são opções que, por si só, evitariam todos os impactos das mudanças climáticas.” Mas isso não desobriga os países de tomarem atitudes no sentido de buscar um desenvolvimento que combine sustentabilidade e crescimento econômico. Especialistas reforçam a importância de se adotar medidas de adaptação para enfrentar os impactos que virão do aquecimento global.


Oliveira (2009, pág. 287) apresenta algumas sugestões:

·                   Mudanças nos estilos de vida e nos padrões de comportamento, visando à redução das emissões de GEE;
·                   Adoção de programas educativos nos diversos setores da economia para superar barreiras de aceitação de uma nova visão sobre os modelos de desenvolvimento;
·                   Mudanças nas escolhas dos consumidores e no uso de tecnologias, como, por exemplo, o tipo de energia a ser usado nas edificações;
·                   Gestão da demanda de transporte, inserida no planejamento urbano, como o objetivo de reduzir o transporte individual;
·                   Oferta de tecnologias ambientalmente sustentáveis para as indústrias, que contribuam para a redução do uso da energia e das emissões de gases de efeito estufa;

Vale ressaltar que o IPCC vem contribuindo na busca de alternativas de enfrentamento nas questões sobre as mudanças climáticas, por meio de conhecimento científico e de proposições tecnológicas, ambientais, econômicas e sociais para a mitigação dos seus efeitos.
Analisando tecnologias e práticas de mitigações disponíveis para alguns setores, como:

·                   Energia;
·                   Transportes;
·                   Construção;
·                   Indústria;
·                   Agricultura;
·                   Florestas;
·                   Resíduos;
·                   Políticas de Governo;
·                   Acordos e Sociedade;

Medidas estas que visam conservar o meio ambiente e a biodiversidade no mundo, respeitando e cuidando dos seres vivos, amenizando o esgotamento de recursos não-renováveis, e tudo isso necessita passar pela mudança de comportamentos das pessoas. Ações coletivas entre Sociedade e Governo contribuirão para que haja uma redução do aquecimento global.
Al Gore (2006, pág. 180) alega que dois economistas da Universidade de Princeton, Robert Socolow e Stephen Pacala, concluiu um estudo sobre políticas que auxiliam no combate à crise climática, afirmando que “a humanidade já possui os conhecimentos fundamentais, tanto científicos como técnicos e industriais, para resolver os problemas dos gases de efeito estufa e do clima nos próximos 50 anos”.
Abaixo o gráfico tendo como base o estudo de Socolow Pacala, ilustrando a poluição causadora do aquecimento global produzida pelos EUA, e o crescimento esperado nas próximas quatro décadas, se continuar com os mesmos comportamentos habituais. Logo o triângulo mostra a redução da poluição que é possível ser obtida no mesmo período, empregando as novas políticas descritas.



Redução decorrente do uso mais eficiente de eletricidade em sistemas de aquecimento e refrigeração, iluminação, aparelhos domésticos e equipamentos eletrônicos;

 Redução por conta da eficiência no uso final, ou seja, projetando edifícios e empresas para que utilizem muito menos energia do que usam hoje;

  Redução gerada pela maior eficiência dos veículos, fabricando carros que consomem menos gasolina e colocando nas ruas mais carros híbridos e movidos a células de combustível;
 Redução provinda de outras melhorias na eficiência dos transportes, como planejar as cidades, tanto grandes como pequenas, com melhores sistemas de transporte públicos, e fabricar veículos pesados com maior eficiência de combustível;

 Redução em virtude da maior dependência de tecnologias já existentes de energia renovável, tal como o vento e os biocombustíveis;

 Redução resultante da captura e do armazenamento do excesso de carbono emitido pelas usinas elétricas e atividades industriais;

Todas estas ações têm por finalidade auxiliar na melhoria ambiental, promovendo mudanças necessárias no cotidiano de todos, tendo como base à responsabilidade sócio-ambiental, em que terá grande importância à atuação do Gestor Ambiental, juntamente com os esforços do Governo e Sociedade na perspectiva de um futuro sustentável.
Assegurando o que diz o artigo 225 – Constituição Federal de 1988:

“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.”

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